segunda-feira, 19 de agosto de 2013

QUANDO CAI A CHUVA

Quando cai a chuva lentamente
Molhando a campina verdejante,
O sertanejo fica tão contente
Prevendo uma colheita abundante.

Tudo fica verde, tão bonito,
A lavoura cresce, o gado engorda,
No cerrado canta a seriema
De manhãzinha quando a gente acorda.

No riacho urra a cachoeira,
As abelhas zunem nos florais,
Exalam-se os perfumes mais diversos
E a brisa sopra os seus madrigais.

Só mesmo o peito amargo do poeta,
Congelado em somente uma estação,
Não vê da primavera o colorido,
Também não sente o calor do verão.

Sequer tem um outono pra sonhar,
Só lhe resta a nostalgia do inverno,
Porque só o amor pode aquecer
Um peito condenado ao frio eterno.