sexta-feira, 19 de julho de 2013

MEU DESEJO

Eu desejo que tu sigas em trevas
Um caminho de pedras e espinhos,
Que todas as dores do mundo invadam teu corpo
E que a desgraça atormente os teus dias.

Aquele amor puro que senti, por ti,
Em ódio se converteu,
O meu coração, que um dia te dei de presente,
Hoje já não é mais teu.

Procura no mundo um lugar que caiba teu orgulho
E alguém que tolere tua falsidade,
Pois, quando receberes todo o mal que a mim fizeste,
Cairás por terra clamando piedade.

E em vez de encontrares em mim aquele amigo que outrora fui,
Encontrarás um lobo em pele de cordeiro.
E... verás o mal que fizeste a si própria,
Transformando em monstro um nobre cavalheiro.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A VISÃO II

Eu vejo um paraíso e anjos sucumbindo,
Vejo armaduras, escudos, espadas...
Vejo sobre a terra, em chama, caindo
Toda a esperança e a fé, despedaçadas.

Eu vejo crianças chorando de fome,
Meio a leite e mel que mana desta terra.
Vejo todo o humano corromper-se em nome
De um "deus" que prega violência e guerra.

Por aqui a luz, o amor... Tudo é fada...!
Pois somente a treva, o ódio e mais nada
Podem suportar a tanta hipocrisia...

Vejo indo pro inferno, todos, lado a lado...
Também vejo o céu, mas, este é reservado
Só pra quem seguir o filho de Maria.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ó VERSOS MEUS

Sentidos versos, que escrevo,
Que traduzem, d’alma, a voz cansada
Que, na dor, em lágrimas engasgada,
Fala dum amor que não me atrevo.

E assim que a noite surge plena,
(Nesta vil pocilga, atirado),
Em vós, relato meu estado,
Usando a tristeza como tema.

Ó versos meus que sois amigos,
Levai ao mundo meu clamor,
Dizei que não mereço tais castigos...

Feliz, se aqui, não posso ser,
Que seja piedoso o tal senhor
Que, do homem, faz a hora de morrer.