É tão
triste a solidão
Neste
ermo onde hoje estou,
Te perdi
até nos sonhos,
Só a
solidão ficou.
Sei que
jamais serás minha
Como um
dia imaginei,
Tomaste o
caminho oposto
Da rota
que eu tracei.
Hoje,
entre quatro paredes,
Minha
vida está parada:
A terra
gira, o tempo passa,
Só em mim
não muda nada,
Me
encontro cada vez mais longe
Do teu
sorriso marcante,
O tempo
gasta a memória
E embaça
o teu semblante.
Quereria
parar o tempo
Para o
mundo me esperar,
Mas não
tenho esse poder,
Tudo vai
continuar.
As horas
passam sem dó,
Os ponteiros
são cruéis,
Um dia
ausente de ti
Demora
mais do que dez.
Um dia me
vi sorrindo
No espelho
do teu olhar,
Após ter
ouvido um sim
Que
disseste sem pensar,
Mas de
nada adianta
Quando o
coração não fala,
Construção
sem alicerce
Até com a
brisa se abala.
Não quero
fazer juízo
Aos dedos
que dedilham a lira,
Mas,
quanto mais triste a canção,
Mais o
poeta suspira.
Suspiros
de um poeta
Vêem de
um coração sincero,
Quando eu
digo que amo:
Desejo,
adoro e quero.
Amo com
tanto ardor
Que mal
posso me conter,
Digo que
amo e preciso
Alguém
que nunca vou ter,
Relato em
versos rimados
Segredos
de sepultura,
Coisas
que eu não diria
Nem mesmo
sob tortura.
Eu não
procuro esses versos,
Eles vêem
naturalmente,
Não dá
pra fugir das coisas
Que moram
dentro da gente.
Quando
nasce um poeta
Já vem
com a dura missão,
De cantar
o amor, a dor,
A morte e
a solidão...
Não há
quem possa explicar
Os
sentimentos dos poetas,
Cantam coisas
abstratas
Como se
fossem concretas.
Quando a
lembrança açoita
Com seus
cruéis pergaminhos,
O tempo
dissipa as flores,
Mas
sempre guarda os espinhos.
Folheando
o meu coração
Fiz o
estudo da dor,
Ao notar
que estavam em branco
As
páginas do amor.
De um
olhar que não tem pranto
Todo o
brilho é falsidade,
Até teu
sorriso é falso,
Em teu
ser só tem maldade.
Um dia
foste mulher,
Musa dum
sonho doirado,
O mal
mudou tua forma,
És hoje
um demônio alado.
No teu
coração de pedra
O amor
não pôde tocar,
Provaste
ao rir do meu pranto
Que nunca
soubeste amar.
Eu quero
pedir perdão,
Por te
amar tanto, querida,
Se amar
foi o meu erro,
Errei só
uma vez na vida.
Escrito
em versos rimados
Deixarei
teu lindo nome.
O tempo
consome a tudo,
Mas ao
amor não consome.
Hoje no
mundo moderno,
(Era da
computação)
Com que
ardor eu quereria
Formatar
meu coração,
Apagar
cada resíduo,
Começar
tudo de novo,
Pra me
livrar da angústia
E do
escárnio desse povo.
Mas aqui encerro
triste,
Não tive
a dita do amor,
O jardim
morre de angústia
Se lhe
falta o beija-flor.
Meus
passos rumam ao fim,
Nada mais
posso fazer,
Talvez eu
saiba na morte
O que não
soube viver!
Sei que
um dia após outro,
Neste
sofrer sem altura,
A cada vez
estou mais perto
Do meu prêmio: A sepultura.